LAMAP

Destiné à favoriser la communication entre les adhérents de l'AMAP

10 février 2009

Un poème du Brésil pour l'année nouvelle

Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

01 février 2009

Noeuf !



Dessin envoyé par Olivier TRIC

Une réponse en poème...

A quand la fin de la dictature lobbyiste ?
A quand la vérité bonne à dire ?
A quand la disparition des agissements sectaires ?
A quand l'évaporation de la Scientologie ?
A quand le morphing de l'intégrisme en intégrité ?
A quand le retrait de la lutte au profit de l'échange ?
A quand la saveur dégustant le consommateur ?
A quand la renonciation au pouvoir ?
A quand le suicide du contrôle ?
A quand le développement autonome, responsable et durable ?
A quand la banque du savoir ?
A quand le retour des mères ?
A quand le pays des rêveurs ?
A quand l'éradication de la souffrance ?
A quand le respect et le temps ?
A quand l'amour et la douceur ?

Pas cette année, peut être ?
___________________________

La liste est non exhaustive, nous attendons la suite ...
Renaud Muller